Depoente nega que intermediário seja tesoureiro do PL

A Agência Câmara informa que o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) questionou, na CPMI da Compra de Votos, o sócio da Guaranhuns Empreendimentos José Carlos Batista sobre a pessoa com quem ele negociou a entrega do dinheiro para o Partido Liberal. Batista negou que o intermediário tenha sido Jacinto Lamas, na época tesoureiro informal do PL, mas não revelou o nome do seu contato. O deputado questionou Batista sobre como ele tinha certeza de que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recebeu os recursos se ele não os entregou diretamente ao deputado. "Eu confirmo que entreguei e ele confirma que recebeu", rebateu Batista. O depoente informou que um advogado, cujo nome não quis dizer, foi o seu representante na abertura da empresa Esfort Trading no Uruguai, da qual é de fato o representante legal, apesar de ter negado isso no início de seu depoimento. A Guaranhuns tem participações na Esfort Trading, da qual Batista é o presidente. Porém, o depoente afirma desconhecer quem são os outros sócios da empresa.
Negativas permanentes
O deputado Redecker insistiu: "Mas o senhor comprou a empresa, os ativos e passivos dela. Portanto, o senhor é responsável por todas as negociações." O depoente, então, respondeu que nunca esteve no Uruguai e que não conhece os imóveis que seriam de propriedade da empresa, como casas no Chile, Uruguai e Argentina, segundo o parlamentar. O deputado insistiu também sobre a conta que não fechava. "Se o senhor repassou os títulos (certificados de reflorestamento que ele havia citado no início do depoimento e que constam no contrato entregue à CPMI) para Marcos Valério, repassou os R$ 4 milhões para Valdemar Costa Neto (PL-SP), como é que o senhor tinha caixa para pagar os títulos?" Depois de dizer que iria permanecer em silêncio, o depoente admitiu que os valores de face dos títulos foram pequenos e prometeu enviar em até 15 dias à CPMI toda a documentação referente à compra dos certificados. Ele também informou que concederá autorização para que a comissão investigue a movimentação financeira da Esfort Trading no Uruguai.